O Secure Shell (SSH) é um protocolo de rede criptográfico que permite que você utilize serviços de rede com segurança mesmo em um local que não oferece tudo isso. Na prática, é o que garante a comunicação protegida entre sistemas e os dados trocados entre servidores.
Apesar dos muitos benefícios da tecnologia em nuvem, por exemplo, administrar os servidores remotos não é uma tarefa simples e pode gerar muitos riscos quando a tarefa não é feita com cuidado. Dentro desse contexto, é importante contar com recursos como o SSH, o Secure Shell.
Basicamente, é um protocolo que se tornou o padrão para desenvolver conexões remotas seguras, substituindo protocolos antigos e vulneráveis.
Com criptografia avançada e mecanismos de autenticação robustos, o SSH é uma ferramenta muito útil para equipes de TI, administradores de sistemas e gestores técnicos que buscam eficiência sem comprometer a segurança.
Quer entender mais sobre o tema? Continue a leitura e confira!
O que é SSH
O SSH, ou Secure Shell, é um protocolo de comunicação criptografado projetado para permitir o acesso remoto seguro a sistemas e servidores.
Criado em meados da década de 1990, o SSH substituiu protocolos inseguros como o Telnet e o Rlogin, que transmitiam informações (inclusive senhas) em texto simples.
Ao contrário desses métodos antigos, o SSH utiliza criptografia de ponta a ponta, assegurando que todas as informações enviadas, desde comandos até arquivos, permaneçam protegidas.
Como funciona o SSH
O funcionamento do SSH acontece em um modelo cliente-servidor, ou seja, o cliente inicia a conexão com o servidor e, antes que qualquer dado seja transmitido, ocorre um processo de autenticação e estabelecimento de canal seguro.
Durante essa troca inicial, o SSH utiliza algoritmos de criptografia assimétrica e simétrica. Na prática, isso significa que a autenticação pode acontecer por meio de credenciais (usuário e senha) ou, de forma mais segura, por pares de chaves públicas e privadas.
Nesse segundo modelo, o servidor armazena a chave pública do usuário autorizado, e apenas quem possui a chave privada correspondente consegue fazer a autenticação.
Normalmente, a porta padrão utilizada pelo protocolo é a 22, mas é interessante não seguir com esse fluxo por questões de segurança.
Principais usos do SSH
Ainda não entendeu como esse protocolo pode ser útil para o seu negócio? Aqui estão alguns exemplos de aplicação.
Acesso remoto a servidores Linux e Unix
O uso mais comum do SSH é o acesso remoto a servidores baseados em Linux e Unix. Ele permite que administradores executem comandos, façam atualizações, alterem permissões e configurem sistemas de forma totalmente segura.
Diferentemente de interfaces gráficas, o SSH oferece controle direto via linha de comando, ideal para ambientes de produção e automação de tarefas.
Transferência de arquivos (SCP e SFTP)
O protocolo também suporta a transferência de arquivos através de extensões como SCP (Secure Copy Protocol) e SFTP (SSH File Transfer Protocol).
Os dois utilizam o mesmo canal criptografado do SSH, garantindo a integridade e confidencialidade dos dados. O SFTP, em especial, oferece funções adicionais como listagem de diretórios, criação de pastas e gerenciamento remoto de arquivos.
Encaminhamento de portas e tunelamento seguro
Outra funcionalidade é o port forwarding ou tunelamento. Essa técnica permite redirecionar conexões de rede através de um canal SSH, protegendo protocolos que não possuem criptografia nativa.
Não à toa, é um método muito utilizado para acessar bancos de dados, painéis administrativos ou aplicações internas de forma segura, mesmo em redes públicas.
Automação e administração remota
Com a popularização de ferramentas de automação, como Ansible e Puppet, o SSH passou a ser a base para a execução de scripts e rotinas de manutenção em larga escala.
Na prática, ele viabiliza a administração de vários servidores ao mesmo tempo, diminuindo a necessidade de intervenção humana e garantindo o acompanhamento de tudo o que foi feito.
Como usar o SSH na prática
Agora, então, é hora de mostrar como o SSH pode ser aplicado.
Exemplo de comando no terminal: ssh usuario@ip-do-servidor
Para estabelecer uma conexão básica via SSH, você deve utilizar comando:
ssh usuario@ip-do-servidor.
Ao executar o comando, o sistema solicita a senha do usuário remoto (caso a autenticação por chave não esteja configurada).
Uma vez autenticado, o administrador tem acesso ao terminal do servidor, podendo operar como se estivesse fisicamente presente na máquina.
Como gerar e usar chaves SSH
A autenticação por chaves é recomendada por eliminar o uso de senhas fixas. O processo inicia com a geração de um par de chaves: ssh-keygen -t rsa -b 4096.
Esse comando cria uma chave pública e uma privada. A chave pública deve ser copiada para o servidor (geralmente no arquivo ~/.ssh/authorized_keys), enquanto a privada permanece armazenada localmente e nunca deve ser compartilhada.
Ao se conectar, o cliente utiliza a chave privada para validar sua identidade de forma automática e segura.
Dicas para maior segurança
Além do uso de chaves, é essencial aplicar boas práticas adicionais, como restringir o acesso SSH a endereços IP específicos, desativar o login direto como usuário root e usar autenticação de múltiplos fatores são medidas que elevam o nível de proteção.
Essas configurações podem ser definidas no arquivo sshd_config, responsável pelas políticas de acesso do serviço.
SSH vs Telnet e outros protocolos
Como falamos, o SSH chegou para substituir alguns dos protocolos mais populares no passado, mas você sabe qual é o impacto dessa mudança?
Segurança
A principal diferença entre SSH e Telnet está na segurança. Enquanto o Telnet transmite dados em texto simples, o SSH criptografa toda a comunicação, impedindo a interceptação de credenciais e comandos.
Essa camada de proteção faz com que o SSH seja adotado pela maioria dos especialistas em segurança em ambientes corporativos, enquanto o Telnet foi praticamente abandonado.
Desempenho
Embora o SSH utilize criptografia, seu impacto no desempenho é mínimo em sistemas modernos.
O processamento adicional é compensado pelos benefícios em integridade e privacidade. Além disso, algoritmos otimizados garantem que a comunicação ocorra de forma eficiente mesmo em conexões de baixa latência.
Criptografia e confiabilidade
Protocolos antigos, como o Rlogin e o FTP, não oferecem criptografia nativa, o que fazem deles alvos mais comuns para ataques de interceptação e manipulação de dados.
O SSH, por outro lado, combina algoritmos robustos de criptografia assimétrica (como RSA e Ed25519) e simétrica (como AES), garantindo confidencialidade e autenticação bidirecional.
Por que o SSH é o padrão atual para conexões remotas seguras
A consolidação do SSH como padrão de acesso remoto se deve à combinação de segurança, flexibilidade e compatibilidade.
Ele é suportado nativamente em praticamente todos os sistemas operacionais modernos e pode ser integrado a diversas aplicações corporativas, desde pipelines de CI/CD até infraestruturas em cloud.
Além disso, o protocolo é atualizado de tempos em tempos para acompanhar as exigências de segurança da era digital.
A adoção de chaves mais longas, algoritmos modernos e suporte a autenticação multifatorial fazem do SSH uma escolha interessante para operações críticas.
Boas práticas de segurança
Apesar do SSH ser um mecanismo de segurança, ainda é interessante adicionar mais algumas estratégias.
Desativar login por senha
Uma das medidas mais eficazes é desativar completamente o login por senha, limitando o acesso apenas a quem possui a chave privada correspondente.
Essa configuração elimina o risco de ataques de força bruta e reduz significativamente a superfície de exposição do servidor.
Alterar porta padrão
Modificar a porta padrão (22) é uma ação simples, mas que ajuda a reduzir tentativas automáticas de invasão.
Embora não substitua medidas de segurança avançadas, essa alteração reduz o volume de ataques automatizados que exploram portas conhecidas.
Usar firewall e monitoramento de acessos
Implementar regras de firewall para restringir o acesso SSH a IPs confiáveis é essencial.
Além disso, utilizar ferramentas de monitoramento, como Fail2Ban, permite detectar e bloquear tentativas de login maliciosas. Registrar logs detalhados das conexões SSH também é uma prática recomendada para auditorias e investigação de incidentes.
Atualmente, o SSH é um recurso que precisa fazer parte da estrutura de gestão de servidores, garantindo toda a segurança necessária para que as informações e os dados da sua empresa (e de parceiros, fornecedores e clientes) estejam sempre protegidos em um ambiente escalável e eficiente.
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