20 de novembro é o Dia da Consciência Negra e gostaria de começar esse texto te questionando: você é consciente racialmente? A pergunta é provocadora. Mas, meu objetivo é refletir, se ao longo dos 365 dias do ano, realmente temos uma consciência negra e conseguimos transformá-la em uma prática antirracista.
Exercer uma consciência negra, vai além de valorizar a negritude, é compreender o processo histórico da escravização no Brasil e entender quais foram as consequências na sociedade. Ok?
Antes de entrarmos no assunto, deixa eu me apresentar: sou a Luana Daltro, Analista de Marketing com ênfase em Branding na KingHost, e gostaria de te convidar a imergir nesse assunto comigo. Vamos lá? Eu tenho certeza que podemos construir uma pauta positiva.
Por que 20 de novembro é o dia da consciência negra?
Fomos libertos em 13 de maio de 1888, data que a Princesa Isabel assina a lei áurea e dá fim ao regime de escravização no Brasil – importante destacar que o regime não foi de escravidão como aprendemos, pois os negros e negras foram obrigados à essa realidade e lutaram ao longo de quatro séculos da história do Brasil para encerrar o regime.
A data da alforria não é considerada um símbolo para luta negra, já que a tomada de decisão da princesa foi motivada pelo movimento abolicionista, que se espalhava pelo mundo e clamava pela abolição da escravatura, somado à pressão da política externa para o fim.
O resultado foi a libertação de negros e negras sem a estruturação de uma política pública que os inserisse na sociedade, ao contrário, foram colocados às margens, sem trabalho, moradia e direitos.
Em 1971, conquistamos uma data representativa. Oliveira Silveira, poeta, professor e ativista do Movimento Negro, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva e Antônio Carlos Côrtes, criam o grupo Palmares e começam a questionar a legitimidade da data.
A partir de pesquisas, descobrem que foi no dia 20 de novembro, que Zumbi dos Palmares, líder quilombola e principal nome da luta contra os portugueses e resistência negra, foi morto e resolvem institucionalizar a data como o dia da consciência negra em sua homenagem.
O que queremos dizer sobre Consciência Negra e a prática antirracista?
Ser consciente é entender que no mundo existiu um processo de escravização e genocídio de pessoas pela crença de uma supremacia racial.
Ao longo de 400 anos, pessoas negras foram escravizadas no Brasil, tratadas como objetos de exploração, por isso, não há como passar uma borracha na história.
O dia da Consciência Negra é a única data em que muitas pessoas refletem sobre as ações praticadas contra negros e negras, e quais são os reflexos que pautam a nossa sociedade.
Quando você busca no Google por “dados pessoas negras no Brasil”, o resultado na sequência apresentado na seção de notícias é:
- IBGE: População negra é principal vítima de homicídio no Brasil;
- Mulheres negras recebem menos da metade do salário dos homens brancos no Brasil;
- Negros são maioria entre desocupados e trabalhadores informais no país.
Se as pessoas negras representam 54% da população brasileira, segundo dados do IBGE, por que ainda temos uma desigualdade tão latente na sociedade?
A resposta é simples: temos um racismo estrutural enraizado na sociedade, pois ainda não temos políticas de equidade suficientes para modificar o sistema.
Para entender como os processos são constituídos, assista ao vídeo que está no topo do post.
Por isso, não podemos ser somente contra o racismo. Devemos ser antirracista, isto é, criar práticas que desenvolvam ações que combatam o racismo diariamente.
“A tecnologia tem que ser voltada para sociedade”, diz Nina Silva
Uma iniciativa que desenvolve uma prática antirracista é o movimento Black Money. Nina Silva é executiva e idealizadora do projeto que busca fomentar, de forma positiva e propositiva, a relação entre dinheiro e pessoas negras. Ela acredita que é, por meio, da tecnologia que conseguimos transformar a sociedade.
Na KingHost também acreditamos nessa transformação. Por isso, criamos o Comitê de Diversidade Inclusão, que busca construir um ambiente de respeito, no qual a cultura de inclusão seja fortalecida diariamente para que se possa alcançar mais diversidade.
Desde que entrei na King tive a oportunidade de propor ações que levassem conhecimento sobre a questão racial. O principal objetivo era fortalecer o pilar racial do Comitê de Diversidade e Inclusão, mas, que acima de tudo, pudesse proporcionar prática antirracista na organização.
Abaixo vou listar duas ações que realizamos para que você possa se inspirar.
Lanceiros Negros: A história que a história não conta
No dia 20 de setembro celebramos a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul. Mas, por vezes, esquecemos de falar sobre a importância que os Lanceiros Negros, escravizados que lutaram com a promessa de sua liberdade, tiveram nessa revolução.
Pensando nisso, convidamos o Projeto Afroativos, que promove a afrobetização de alunos e a valorização da autoestima, para compartilharem seus conhecimentos em relação à revolução e apresentarem as atividades do projeto.
Foi um momento gratificante, pois trouxemos para a consciência das pessoas o que a história, em muitos casos, não conta.
Consciência Negra: é um dever de todas as pessoas.
Na King, buscamos prover oportunidades e desenvolvimento para todas as pessoas, pois acreditamos que cada um tem a liberdade para ser quem quiser.
No mês da Consciência Negra realizamos ações que reforçam o simbolismo da data e o anseio das pessoas, como na ação realizada ano passado.
Neste ano, convidamos os KingHosters a reflexão e ao conhecimento sobre a questão racial.
Provemos um talk, que ocorreu no dia 19/11, com a Mariana Cruz, Scrum Master da KingHost e a Tábada Rosa, Head of Bussinnes da GAVB, para contarem sobre suas carreiras, gerando visibilidade e protagonismo às mulheres negras em cargos de liderança.
Para conscientizar, foram colocados cartazes em locais de circulação com expressões racistas, que são utilizadas no cotidiano e a explicação do significado pejorativo.
Sei que há muito para ser feito e estruturado quando se aborda a questão racial. Mas, uma prática antirracista pode ser desenvolvida em pequenas atitudes do dia a dia. O importante é trazer para o consciente que a busca pela equidade deve entrar na sua rotina. Que tal começar hoje?
Esperamos que tenha gostado. Se tiver alguma dúvida ou reflexão, deixa nos comentários.
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