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O que é ataque DDoS e como se proteger

O ataque DDoS (Distributed Denial of Service) é uma tentativa deliberada de tornar um recurso digital — como um site, servidor ou aplicação — indisponível para seus usuários, sobrecarregando-o com tráfego malicioso originado de múltiplas fontes. A boa notícia é que existem maneiras de proteger as suas páginas, sistemas e arquivos.
Publicado em 29/04/2024

Atualizado em 01/07/2025

Além de se preocupar com as suas vendas, com as operações do seu negócio e tudo o que envolve os seus resultados, é preciso proteger a sua empresa. E, atualmente, o ataque DDoS é a arma mais utilizada pelos criminosos online.

Segundo um estudo da NETSCOUT SYSTEMS, foram mais de 500 mil tentativas de invasão a partir de técnicas maliciosas apenas no primeiro semestre de 2024, reforçando a importância de se proteger. A lógica é simples: em vez de explorar falhas no código, o ataque DDoS visa sobrecarregar a sua infraestrutura.

Empresas que operam com e-commerce, SaaS, plataformas financeiras e serviços públicos costumam ser expostas a esse tipo de ofensiva. Mas como proteger o seu negócio dentro desse contexto? Continue a leitura para saber mais!

O que é ataque DDoS

DDoS é a sigla para Distributed Denial of Service, que traduzido para o português significa “Negação de Serviço Distribuída”.

Esse é um tipo de ataque cibernético, onde um grande volume de tráfego malicioso é direcionado para um servidor, rede ou serviço online, com o objetivo de gerar sobrecarga e torná-lo inacessível.

Os ataques DDoS geralmente são realizados por meio de botnets, que são redes de computadores comprometidos e controlados remotamente pelos atacantes.

Assim, esses computadores infectados, conhecidos como bots ou zumbis, são utilizados para enviar solicitações de tráfego ao alvo do ataque de forma coordenada.

Quanto aos alvos de ataques DDoS, podem ser variados, incluindo ecommerces, serviços bancários online, provedores de hospedagem, servidores de jogos, entre outros.

O objetivo dos atacantes pode ser causar danos à reputação da empresa, interromper serviços essenciais ou extorquir dinheiro em troca da interrupção do ataque.

Leia também: Proteção para o seu negócio: Guia completo para uma hospedagem segura de sites

Como funciona um ataque DDoS

Para compreender a atuação de um DDoS, é importante analisar as etapas envolvidas na sua execução.

1. Criação ou aluguel de botnet

O primeiro passo consiste em criar ou alugar uma botnet — uma rede composta por milhares (ou milhões) de dispositivos comprometidos, como computadores pessoais, roteadores, câmeras IP e até dispositivos IoT.

Esses equipamentos foram previamente infectados com malware que permite o controle remoto por um atacante.

2. Escolha do alvo e análise da superfície de ataque

O atacante define o alvo com base em objetivos específicos: causar prejuízo, exigir resgate (em ataques de extorsão) ou desestabilizar concorrentes.

Em seguida, ele realiza uma análise da infraestrutura da vítima, identificando servidores vulneráveis, largura de banda disponível, aplicações expostas e possíveis pontos de falha.

3. Execução do ataque

Após o reconhecimento, o operador da botnet inicia o ataque, enviando um volume massivo de requisições simultâneas ao serviço-alvo.

Essa sobrecarga pode atingir o servidor web, o DNS, o banco de dados ou outros componentes da infraestrutura.

4. Manutenção e variação do vetor

Muitos ataques DDoS são sustentados ao longo de horas ou dias. Além disso, os vetores podem ser modificados durante o processo, como forma de contornar filtros de mitigação.

Por isso, é comum observar ataques multivetoriais combinando técnicas de volumetria com exploração de protocolo e aplicação.

Leia também: Autenticação de dois fatores (2FA): o que é e para que serve

Principais tipos

Agora que você já conhece um pouco mais sobre essa ameaça online, vamos explorar os três principais tipos de ataques DDoS. Confira na sequência!

1. Ataques de Sobrecarga de Largura de Banda (Ataque de Volume)

Nesse tipo de ataque, os atacantes inundam o alvo com um volume massivo de tráfego de rede, consumindo toda a largura de banda disponível e sobrecarregando os recursos do sistema.

O objetivo é esgotar os recursos da rede ou do servidor alvo, gerando inacessibilidade. Para isso são utilizados botnets, que geram e enviam grandes volumes de tráfego malicioso.

2. Ataques de Exaustão de Recursos de Protocolo

Os hackers exploram vulnerabilidades em protocolos de comunicação de rede, como o TCP (Transmission Control Protocol) ou o UDP (User Datagram Protocol), para esgotar os recursos do sistema alvo.

Por exemplo, podem enviar uma grande quantidade de solicitações de conexão TCP ou pacotes UDP falsificados para consumir recursos como capacidade de processamento da CPU, tabelas de estado de conexão ou buffers de memória.

3. Ataques de Exaustão de Recursos de Aplicativos (Ataques de Camada de Aplicativo)

Nesse tipo de ataque, as vulnerabilidades em aplicativos ou serviços específicos são exploradas, gerando sobrecarga com solicitações legítimas. Os atacantes podem direcionar aplicativos web, servidores de banco de dados ou serviços de autenticação, enviando uma grande quantidade de solicitações simultâneas. 

Esse tipo de ataque pode ser mais difícil de detectar, pois as solicitações podem parecer legítimas à primeira vista, mas da mesma forma, podem sobrecarregar e gerar problemas.

Leia também: Segurança na Internet: como se proteger de ataques e fraudes

Consequências

Independentemente de qual seja o tipo de ataque, as consequências são várias para a sua operação.

1. Interrupção de serviços e perda de receita

Um dos impactos mais imediatos de um ataque DDoS é a indisponibilidade do serviço.

Para e-commerces, isso significa a perda direta de vendas; para empresas SaaS, interrupções que afetam contratos de SLA e confiança de clientes; em instituições financeiras, o bloqueio de transações pode provocar pânico e fuga de usuários.

Além disso, sistemas internos também podem ser afetados — como ERPs e plataformas de CRM — prejudicando a operação e impactando múltiplos departamentos simultaneamente.

2. Danos à reputação da empresa

Empresas que sofrem ataques frequentes ou prolongados podem ser vistas como frágeis ou despreparadas tecnicamente, principalmente quando seus concorrentes se mantêm estáveis. Clientes B2B, por exemplo, tendem a buscar fornecedores confiáveis com SLAs rigorosos e histórico de estabilidade.

Um único episódio mal gerido pode gerar publicações negativas em redes sociais, repercussão na imprensa especializada ou queda de avaliação em plataformas de análise de software.

A perda de confiança pode ser mais nociva do que o prejuízo imediato. Reverter esse dano exige investimento em comunicação, reforço da marca e garantias adicionais, o que eleva o custo de aquisição de novos clientes.

3. Exposição a outros tipos de ataque

Ataques DDoS muitas vezes funcionam como distrações para que outras ações maliciosas ocorram simultaneamente, como tentativas de exploração de vulnerabilidades, escalonamento de privilégios ou extração de dados sensíveis.

Esse tipo de estratégia, chamada de ataque composto, já foi usada em casos notórios como o da Dyn em 2016, onde um DDoS massivo encobriu movimentos internos de ransomware.

Enquanto a equipe de segurança concentra esforços em restabelecer o serviço, falhas não monitoradas podem ser exploradas silenciosamente, agravando ainda mais os danos e exigindo uma investigação forense posterior complexa e custosa.

4. Aumento de custos operacionais

Mitigar ataques prolongados requer medidas extraordinárias: contratar serviços adicionais, redimensionar servidores, ativar planos de contingência, escalar times técnicos e ativar consultorias externas.

Esses custos são emergenciais, não planejados, e muitas vezes superam o orçamento destinado à infraestrutura para o ano.

Além disso, empresas que utilizam serviços de cloud computing podem registrar aumentos bruscos de consumo de recursos, especialmente em modelos pay-per-use. Um pico de tráfego malicioso pode inflar a fatura de forma significativa — mesmo que não tenha gerado benefício algum à operação.

Leia também: Vulnerabilidade digital: 7 dicas para proteger seu negócio

Como proteger seu site

Bom, dentro desse contexto, o que pode ser feito para proteger a sua estrutura? Para ajudar você nessa missão, separamos alguns pontos.

1. Use soluções de mitigação especializadas

Serviços especializados em mitigação DDoS utilizam redes globais distribuídas com alta capacidade de absorção de tráfego.

Plataformas como Cloudflare, AWS Shield, Radware e Akamai atuam como escudos, identificando e bloqueando ataques antes que atinjam a origem. Essas soluções trabalham com análise comportamental, fingerprint de requisições e inteligência artificial para distinguir tráfego legítimo de botnets.

Empresas que operam internacionalmente se beneficiam especialmente desse modelo, pois os pacotes maliciosos são filtrados no edge — antes mesmo de cruzarem continentes ou saturarem links de backbone.

2. Implemente balanceamento de carga

O load balancing distribui as requisições entre múltiplos servidores, equilibrando a carga e evitando que um único nó entre em colapso. Soluções como NGINX, HAProxy ou o Amazon ELB possibilitam criar estruturas redundantes e flexíveis.

Quando combinados com geodistribuição (multi-região), os balanceadores também reduzem a latência e dificultam que ataques localizados comprometam a operação global. É uma técnica indispensável em arquiteturas modernas de alta disponibilidade.

3. Configure firewalls de forma estratégica

Os firewalls devem ser configurados para bloquear tráfego suspeito, limitar pacotes por segundo (PPS), estabelecer timeouts para conexões TCP pendentes e proteger contra spoofing de IP. Firewalls de próxima geração (NGFW) com inspeção de pacotes de camada 7 são especialmente úteis contra ataques sofisticados que simulam comportamento legítimo.

Além disso, regras específicas devem ser aplicadas em portas comuns de exploração (como 80, 443, 53) e em serviços que não são publicamente acessíveis, limitando ainda mais a exposição.

Por exemplo, o Web Application Firewall” (WAF), que traduzido para o português seria “Firewall de Aplicações Web”. Ele é uma ferramenta de segurança que tem a função de proteger aplicativos ou sites da web.

Nesse sentido, o WAF atua como uma barreira entre o site e a Internet, filtrando e monitorando o tráfego HTTP entre eles. 

4. Monitore constantemente sua rede

Monitoramento em tempo real é o alicerce da detecção precoce. Ferramentas como Prometheus com Grafana, ELK Stack ou soluções comerciais como Datadog e New Relic fornecem painéis detalhados sobre uso de recursos, tráfego por IP, tempo de resposta e padrões incomuns.

Alertas automáticos, integrados com sistemas de resposta, permitem que ações imediatas sejam tomadas antes que o impacto se torne generalizado. Métricas como aumento abrupto de sessões por segundo ou queda súbita de throughput devem acionar investigações instantâneas.

5. Adote CDN com recursos de segurança

Uma rede de distribuição de conteúdo (CDN) age como uma camada adicional de defesa ao armazenar cópias dos recursos em múltiplos pontos ao redor do mundo. Isso reduz a carga sobre o servidor de origem e dificulta ataques de saturação.

CDNs modernas oferecem funcionalidades como WAF embutido, roteamento inteligente, TLS handshake com validação adaptativa e limitação por IP. Em casos de picos, podem escalar elasticamente sem comprometer a performance percebida pelos usuários finais.

6. Estabeleça um plano de resposta a incidentes

Um plano de resposta bem documentado define os protocolos para atuar em diferentes cenários de ataque. Deve incluir responsáveis por decisão técnica, comunicação externa (incluindo imprensa e clientes), escalonamento com provedores e etapas de mitigação.

Além disso, é recomendável realizar simulações semestrais com todos os stakeholders envolvidos, testando a eficácia do plano, os tempos de resposta e a clareza na comunicação. O plano deve conter também políticas de rollback e recuperação segura.

7. Mantenha software e sistemas atualizados

Sistemas desatualizados são alvos fáceis para ataques combinados. Ao manter servidores, frameworks e bibliotecas em dia, a empresa reduz brechas que podem ser exploradas durante uma ofensiva DDoS — como amplificação de requisições, vulnerabilidades em web servers ou falhas conhecidas em plugins.

Práticas de DevSecOps devem ser incorporadas ao pipeline de desenvolvimento, garantindo que atualizações de segurança sejam integradas de forma contínua e com testes automatizados.

8. Aplique limites por IP e autenticação em APIs

Rate limiting é essencial para bloquear comportamento abusivo. Ao limitar o número de requisições por IP em determinado intervalo, é possível barrar bots antes que esgotem recursos.

Para APIs e endpoints de alta sensibilidade, é fundamental exigir autenticação (por token, OAuth ou assinatura HMAC), implementar verificação de origem (CORS), e aplicar desafios baseados em comportamento (como reCAPTCHA, JavaScript challenges ou proof-of-work leve).

Ficou claro que os ataques DDoS representam uma ameaça concreta e recorrente à estabilidade dos ambientes digitais corporativos.

Ignorar sua existência ou adotar medidas paliativas coloca em risco não apenas a operação, mas a credibilidade e o posicionamento estratégico de qualquer empresa conectada.

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Daiane
Daiane Corrente
Analista de Marketing de Conteúdo na KingHost. Bacharel em Publicidade e Propaganda pela UNIJUÍ, com especialização em Marketing pela USP. Graduanda em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Uniasselvi.
Daiane
Daiane Corrente
Analista de Marketing de Conteúdo na KingHost. Bacharel em Publicidade e Propaganda pela UNIJUÍ, com especialização em Marketing pela USP. Graduanda em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Uniasselvi.

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